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Entenda a tributação para médicos

A tributação para médicos varia de acordo com o modo como o médico atua. Entenda como ela é feita hoje.

Escrito por
Everton Lima
10/2025

A tributação para médicos é um tema que merece especial atenção por parte dos profissionais da saúde.

Mas sabemos que navegar pelo sistema tributário brasileiro pode representar um verdadeiro desafio. 

Contudo os médicos, seja atuando como autônomos, empregados ou gestores de suas próprias clínicas, precisam estar cientes dos diferentes impostos, taxas e contribuições que devem ser pagos para se manterem em conformidade com a legislação. 

Afinal, entender as particularidades tributárias da área médica é essencial para evitar problemas com o Fisco e garantir a sustentabilidade financeira das atividades profissionais. 

E é com isso que ajudamos você ao longo deste texto em que discutiremos quais são os principais tributos que incidem sobre a prática médica e como gerenciá-los de maneira eficiente.

Tributação para médicos

Tributação para médicos: o que deve ser pago?

Tanto médicos autônomos, quanto os PJs, devem cumprir obrigações tributárias. 

Abaixo, esclarecemos o que deve ser pago quando o assunto é tributação para médicos. 

Tributação para médicos como Pessoa Jurídica (PJ)

Para os médicos que escolhem atuar como pessoas jurídicas, as responsabilidades fiscais englobam:

  • Emissão de Nota Fiscal: Conforme a legislação fiscal, é fundamental emitir notas fiscais pelas consultas ou serviços prestados.
  • Tributação do Lucro: Para empresas, o lucro obtido está sujeito à tributação. É importante compreender o regime tributário da empresa para calcular e pagar os impostos devidos.
  • Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica: Anualmente, é necessário fazer a declaração de Imposto de Renda da pessoa jurídica, informando detalhes financeiros da empresa.
  • Contribuições Previdenciárias: Mesmo através da Empresa, os médicos ou sócios precisam recolher contribuições previdenciárias (INSS) para garantir benefícios como aposentadoria e auxílio-doença.
  • Contabilidade: Manter a contabilidade da empresa atualizada e em conformidade com as normas é essencial para evitar problemas fiscais.

Lembre-se que as responsabilidades fiscais podem variar conforme o tipo de empresa, o regime tributário escolhido e a legislação vigente. 

É altamente recomendável contar com a orientação de um contador especializado para garantir o cumprimento correto de todas as obrigações fiscais.

Tributação para médicos autônomos

Quando o assunto são médicos autônomos, os seus lucros são sujeitos a tributação pelo Imposto de Renda, conforme a escala progressiva do IRPF, algo que pode resultar em um encargo tributário de até 27,50% de todo o seu faturamento.

Portanto, ao escolher esse modelo de tributação, aproximadamente um terço de sua receita pode ser direcionado ao fisco a título de Imposto de renda.

É importante esclarecer que esses valores sofreram alteração a partir de 2026, com a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil e novas alíquotas para quem ganha acima disso. 

Como funciona a tributação para médicos no Brasil?

A tributação para médicos no Brasil funciona com obrigações fiscais que estes profissionais precisam cumprir diante das autoridades tributárias. 

E em nosso país, essa tributação varia conforme a forma de atuação do médico (autônomo, empregado ou sócio de uma clínica), o regime tributário adotado e a natureza dos serviços prestados.

Nesse sentido, médicos autônomos são tributados com base nos rendimentos obtidos com a prestação de serviços, enquanto profissionais com vínculo (CLT) a hospitais ou clínicas devem seguir as regras aplicáveis aos trabalhadores assalariados. 

Já os médicos sócios de clínicas devem observar as normas tributárias do regime adotado pela empresa, podendo ser Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro Real.

Destacamos que cada regime tributário apresenta particularidades, taxas e possíveis deduções. 

Por exemplo, o Simples Nacional tem uma tabela progressiva de alíquotas, enquanto o Lucro Presumido e o Lucro Real se baseiam em percentuais sobre o faturamento ou lucro.

Tributação para clínicas médicas

Tributação para médicos autônomos

Nesse formato, os médicos podem trabalhar como profissionais liberais ou autônomos e estão sujeitos à cobrança do Imposto de Renda de Pessoa Física, do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) e do ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza) referente à legislação de cada município.

Destacamos aqui que um possível problema ao optar por essa opção é a alta tributação:

  • a alíquota do Imposto de Renda pode chegar a 27,5% da receita – conforme a tabela do tributo;
  • e do INSS até 20% limitado ao teto do INSS.

Outro ponto importante a ser observado é que quando os médicos optam por trabalhar como profissionais liberais ou autônomos, eles ficam muito mais suscetíveis a uma fiscalização ou malha fina na sua declaração de Imposto de Renda pessoa física.

Nessa situação os médicos terão os valores de impostos de duas formas diferentes:

  • Prestação de serviços para pessoas físicas

Nesse caso, os valores recebidos são controlados mensalmente via livro-caixa, e o IRRF gerado através do Carnê-Leão. Os impostos são os seguintes:

– INSS: a contribuição previdenciária tem alíquota de 20% sobre o valor recebido, limitado ao teto do INSS.

– IRRF: o valor do Imposto de Renda retido na fonte pode variar de 0% a 27,5%, conforme tabela progressiva do Imposto de Renda, e não há limite para retenção.

  • Prestação de serviços para Pessoa Jurídica

Nessa situação os médicos terão os valores dos impostos descontados pelo contratante. 

Essa pessoa deverá realizar a emissão do Recibo de Pagamento de Autônomos (RPA) para realizar recolhimento dos valores devidos. São eles:

– INSS: a contribuição previdenciária tem alíquota de 11%, com o teto estipulado em R$ 7.786,02 no ano de 2024, com mudanças anuais no valor.

– IRRF: o valor do Imposto de Renda retido na fonte pode variar de 0% a 27,5% e não há limite para retenção.

– ISS: o imposto sobre serviços será devido sempre segundo as regras de cadastro na prefeitura de sua cidade, e as regras podem variar em cada município, podendo a alíquota variar de 2 a 5%.

Leia também: Aprenda a como emitir nota fiscal de serviços médicos

Tributação para médicos CLT

O médico que trabalha pela CLT é tratado da mesma forma que outros profissionais regidos por essa modalidade. 

Então, ao assinar um ou mais contratos de trabalho, a empresa contratante é responsável por recolher mensalmente o INSS e o IR na fonte.

O percentual de desconto do INSS sobre o salário varia conforme o número de salários mínimos recebidos, de forma progressiva. 

Ou seja, quanto maior o salário do profissional, maior será sua contribuição para usufruir dos benefícios da previdência. 

Depois do cálculo do INSS, é fundamental observar o desconto do Imposto de Renda, que também segue uma tabela progressiva e pode variar entre 0% e 27,5% de alíquota.

Reforma tributária para médicos: entenda o que mudará

Como já sabemos, uma reforma tributária foi aprovada pelo Congresso. A partir de 2026, ela entrará em vigor de forma inicial. A ideia é que em alguns anos, todos os impostos conhecidos hoje sejam trocados por outros tributos. 

Nós explicamos o que vai mudar em um artigo aqui no blog sobre reforma tributária para médicos. 

Qual o melhor regime tributário para médicos?

A escolha entre ser Médico PF ou Médico PJ depende. Se o investimento for baixo, ser Médico PF é vantajoso, pois dispensa a necessidade de um contador e permite deduzir despesas no imposto de renda.

No entanto, a tributação sobre os serviços varia de 7,5% a 27,5%, exigindo cuidado extra na gestão fiscal.

Por outro lado, ser Médico PJ implica em mais burocracias, mas oferece vantagens como ter crédito com mais facilidade, ter a chance de contratar funcionários, e a oportunidade de se credenciar em mais convênios.

Tributação de clínicas médicas

O que acontece se não houver pagamento da tributação?

O não pagamento de impostos acarreta várias consequências graves para médicos e empresas, incluindo multas, juros, possível desenquadramento tributário, dificuldades de crédito, bloqueio de bens pela Receita Federal e a impossibilidade de distribuição de lucros aos sócios.

Clínicas com equiparação hospitalar e tributação para médicos

Como explicamos neste artigo sobre equiparação hospitalar a equiparação hospitalar é um conceito importante na área da saúde, especialmente no contexto jurídico e tributário. 

Trata-se do reconhecimento, por parte da legislação, de que determinadas entidades que não são hospitais propriamente ditos podem usufruir dos mesmos benefícios e obrigações aplicáveis aos hospitais.

Trata-se de um dispositivo totalmente legal, regulado pela LEI Nº 9.249, DE 26 DE DEZEMBRO DE 1995, portanto, com décadas de existência.

O principal benefício da equiparação hospitalar é a economia com o pagamento de impostos — e os resultados são tão incríveis que o tema é sempre objeto de estudos por contadores.

Importância de ter um planejamento tributário: veja como a AVANT pode te ajudar

A AVANT oferece a você uma gestão fiscal online que garante o cumprimento das obrigações tributárias e uma administração eficiente dos impostos. 

Além disso, os benefícios são inúmeros:

  • redução de erros e atrasos nas obrigações fiscais;
  • otimização da carga tributária;
  • maior controle e transparência financeira;
  • suporte especializado para decisões estratégicas;
  • prevenção de penalidades por irregularidades fiscais;
  • acompanhamento constante das mudanças na legislação tributária.

Conte com a AVANT Gestão Financeira e garanta conformidade com as leis.

Conclusão

Um planejamento tributário eficaz é essencial para garantir o sucesso financeiro e legal dos médicos e suas empresas. 

E na Avant, oferecemos uma gestão completa (legal, fiscal, financeira, departamento pessoal e muito mais) que assegura o cumprimento das obrigações tributárias e uma administração eficaz dos impostos.

Descubra já como a Avant pode ser sua parceira estratégica para o sucesso profissional e garanta uma gestão tributária eficiente para sua prática médica!

Leia também: Entenda a importância do planejamento financeiro para clínicas e consultórios

Everton Lima
Analista de Conteúdo

Jornalista formado pela PUCPR. Atua no setor de comunicação da Avant Gestão Financeira.

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